

O Beijo no Asfalto Nelson Rodrigues Resumo
Introdução
“O Beijo no Asfalto” é uma das peças mais impactantes do dramaturgo Nelson Rodrigues, estreando em 1961. A obra mergulha nas entranhas da hipocrisia social, da manipulação midiática e da moral distorcida da sociedade brasileira. Neste artigo, trazemos um resumo detalhado da peça, destacamos seus principais temas e analisamos seu impacto na literatura e no teatro nacional.
Resumo de O Beijo no Asfalto
A história começa quando Arandir, um homem casado e de boa índole, presencia um atropelamento fatal. Nos últimos instantes de vida, a vítima pede um beijo, e Arandir, movido por compaixão, atende ao pedido. Esse ato, no entanto, desencadeia uma série de eventos trágicos.
O gesto é flagrado por um jornalista sensacionalista, que distorce os fatos e insinua que Arandir mantinha um caso com o morto. A imprensa e a polícia passam a persegui-lo, enquanto sua esposa, Selminha, e seu sogro, Aprígio, lidam com a pressão social e moral. A trama evolui para um desfecho trágico, expondo a violência e o preconceito de uma sociedade moldada por julgamentos infundados.
Temas Centrais da Obra
1. Moralidade e Hipocrisia Social
Nelson Rodrigues expõe como a sociedade condena sem provas, baseando-se apenas em aparências e fofocas. Arandir é vítima de um moralismo que ignora a humanidade por trás de seus atos.
2. Manipulação da Mídia
O jornalista Amado Ribeiro representa o papel da imprensa sensacionalista, que explora a tragédia para vender manchetes sem se preocupar com a verdade.
3. Preconceito e Repressão Sexual
A peça sugere uma crítica à homofobia e à repressão dos desejos individuais, refletindo uma sociedade que condena qualquer comportamento fora dos padrões tradicionais.
4. Corrupção e Abuso de Poder
A polícia, em vez de buscar a verdade, coopera com a imprensa e os interesses particulares, fabricando provas e pressionando testemunhas para condenar Arandir.
Impacto e Adaptações
“O Beijo no Asfalto” teve diversas montagens teatrais e adaptações cinematográficas, sendo uma das mais notáveis a versão de 1980, dirigida por Bruno Barreto. Em 2018, Murilo Benício dirigiu outra adaptação, reafirmando a atemporalidade da obra e sua relevância social.
Além das adaptações para o cinema, a peça foi encenada inúmeras vezes no teatro, sempre trazendo novas leituras e interpretações para o público. Seu texto forte e crítico continua sendo explorado por diretores que buscam ressaltar sua atualidade e impacto na sociedade moderna.
A obra também inspirou debates acadêmicos e reflexões sobre a influência da mídia no comportamento coletivo, sendo estudada em cursos de literatura, jornalismo e ciências sociais. A forma como Nelson Rodrigues desconstrói a moralidade e expõe os mecanismos de manipulação da opinião pública faz de “O Beijo no Asfalto” um estudo relevante para compreender a dinâmica social e política do Brasil.
Ainda hoje, sua trama ressoa na cultura popular, sendo frequentemente citada em discussões sobre fake news, linchamento moral e o poder destrutivo da imprensa sensacionalista. A peça segue como um dos textos mais emblemáticos do teatro brasileiro, reafirmando a genialidade e a ousadia de Nelson Rodrigues ao explorar temas universais de forma intensa e provocadora.
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Conclusão
A peça de Nelson Rodrigues continua sendo um retrato poderoso da sociedade brasileira, abordando temas que permanecem atuais, como a manipulação da mídia e os julgamentos precipitados. “O Beijo no Asfalto” é mais do que um drama; é uma denúncia da fragilidade moral e da crueldade humana, tornando-se um clássico indispensável do teatro nacional.
Além disso, a peça convida o público a refletir sobre o impacto da mídia e das instituições na formação da opinião pública, demonstrando como uma mentira repetida diversas vezes pode se tornar uma verdade incontestável. O texto de Rodrigues não apenas expõe essa realidade, mas também escancara como a sociedade se alimenta do escândalo e da destruição da reputação alheia.
A relevância da obra permanece intacta mesmo décadas após sua estreia. O Brasil atual continua lidando com problemas semelhantes, como o linchamento virtual e a disseminação de notícias falsas. “O Beijo no Asfalto” serve, portanto, como um alerta atemporal sobre os perigos da histeria coletiva e da falta de pensamento crítico.
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