Como Requerer Relaxamento de Prisão na Advocacia Criminal

Relaxamento de Prisão

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No cenário da advocacia criminal, a busca por estratégias eficientes para assegurar a liberdade de um cliente é uma tarefa essencial. Uma abordagem crucial nesse contexto é compreender como requerer o relaxamento de prisão de forma adequada. Neste artigo, exploraremos as práticas para solicitar o relaxamento de prisão, abordando diferentes cenários e estratégias.

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Audiência de Custódia: Uma Oportunidade de Avaliação Imediata:

A audiência de custódia representa um marco fundamental no sistema jurídico brasileiro, proporcionando uma análise imediata da legalidade da prisão. Este processo é conduzido em até 24 horas após a detenção, seja ela decorrente de prisão em flagrante, preventiva, temporária ou definitiva. Durante essa audiência, é incumbência do Advogado avaliar criteriosamente se a prisão de seu cliente é legal.

Identificando a Legalidade da Prisão:

O Advogado, ao participar da audiência de custódia, deve atentar-se a detalhes cruciais que podem indicar a ilegalidade da prisão. Isto inclui a verificação de procedimentos legais, como a correta formalização da prisão em flagrante ou a apresentação dos fundamentos necessários para justificar uma prisão preventiva. A ausência de qualquer um desses elementos pode sinalizar uma possível ilegalidade.

Ilegalidade Formal e Material:

É vital compreender que a ilegalidade pode se manifestar de duas formas: formal e material. A ilegalidade formal refere-se a irregularidades no procedimento adotado, enquanto a ilegalidade material diz respeito à ausência ou insuficiência de fundamentos legais para a prisão. Identificar se a ilegalidade é de natureza formal ou material orienta o Advogado na escolha da estratégia adequada.

Pedido de Relaxamento de Prisão na Audiência de Custódia:

Diante de uma constatação clara de ilegalidade na prisão em flagrante, o próximo passo é formular um pedido de relaxamento de prisão. Tanto o artigo 5º, inciso LXV, da Constituição Federal quanto o artigo 310, I, do Código de Processo Penal asseguram que uma prisão ilegal deve ser imediatamente relaxada. É durante a audiência de custódia que o Advogado pode apresentar oralmente esse pedido, buscando a atuação imediata do juiz para garantir a liberdade do detido.

Em caso de prisão por cumprimento de mandado judicial, importante mencionar que o juiz que preside a audiência de custódia pode não ser o mesmo que emanou a ordem de prisão. Portanto, deve o Advogado, nesse caso, avaliar a autoridade a quem irá dirigir o seu pedido.

Possíveis Desdobramentos:

Entretanto, é importante estar ciente de que, mesmo diante de uma ilegalidade evidente, o juiz pode decidir de forma desfavorável ao pedido de relaxamento de prisão. Nesses casos, o Advogado não está impedido de buscar alternativas legais para garantir a liberdade do cliente, como a impetração de um habeas corpus.

Pedido de Relaxamento de Prisão: Estratégia Essencial:

Após a identificação de uma prisão como ilegal durante a audiência de custódia, o próximo passo crucial na busca pela liberdade do detido é o pedido de relaxamento de prisão. Esta estratégia é fundamentada nos artigos 5º, LXV, da Constituição Federal, e no art. 310, I, do Código de Processo Penal, os quais estabelecem que a prisão ilegal deve ser imediatamente relaxada.

Fundamentos para o Pedido:

O pedido de relaxamento de prisão é viável quando a ilegalidade da prisão é evidente, seja ela de natureza formal ou material. O advogado, munido da análise cuidadosa da audiência de custódia, deve apresentar argumentos sólidos que justifiquem a imediata liberação do cliente. Isso pode incluir a ausência de elementos necessários para uma prisão em flagrante válida.

Cabimento do Relaxamento de Prisão:

É essencial compreender que o relaxamento de prisão é apropriado somente nos casos em que a prisão é considerada ilegal. Se a prisão, por algum motivo, ainda mantiver sua legalidade, mesmo diante do pedido de relaxamento na audiência de custódia, outras alternativas legais podem ser exploradas.

Audiência de Custódia e o Pedido Oral:

Uma característica distintiva do pedido de relaxamento de prisão é a possibilidade de ser requerido oralmente durante a audiência de custódia. O advogado, ao identificar a ilegalidade da prisão, pode apresentar de maneira articulada e persuasiva os fundamentos para o relaxamento, buscando a atuação imediata do juiz na correção da injustiça.

Decisão do Juiz:

Apesar da evidente ilegalidade, é importante reconhecer que o juiz pode decidir de maneira desfavorável ao pedido de relaxamento de prisão. Nesse cenário, o Advogado não está desamparado; pelo contrário, pode explorar outras opções legais para garantir a liberdade do cliente, como a impetração de um habeas corpus.

Estratégias Adicionais:

Além do pedido oral na audiência de custódia, o relaxamento de prisão também pode ser buscado por meio de uma peça de liberdade ou, em casos mais complexos, por meio de um habeas corpus. Cada estratégia demanda uma abordagem específica, e a escolha entre elas dependerá das circunstâncias do caso e da avaliação do Advogado.

Habeas Corpus: Remédio Constitucional para Ilegalidades Persistes:

Caso o pedido de relaxamento seja negado na audiência de custódia, surge a possibilidade de impetrar um habeas corpus. Este remédio constitucional é uma ação autônoma que pode ser utilizado quando há constrangimento ilegal, podendo ser uma ilegalidade persistente na prisão, mesmo após a audiência de custódia. É importante destacar que o habeas corpus não é um recurso, mas sim um instrumento para proteger a liberdade de locomoção.

Relaxamento de Prisão

Peça de Liberdade: Alternativa Estratégica:

Além das opções mencionadas, pode ser requerido por meio de uma peça de liberdade. Esta peça é apropriada em situações em que a prisão em flagrante foi legal (o juiz homologou aquele auto de prisão em flagrante), mas não existem motivos para a manutenção da prisão preventiva. Aqui, estamos diante da possibilidade de buscar a liberdade provisória (art. 310, III, do CPP).

Revogação de Prisão: Quando a Prisão Já Foi Decretada:

A revogação de prisão é uma alternativa aplicável quando já foi decretada uma prisão, seja ela preventiva ou temporária, mas os motivos que justificaram a medida deixaram de existir. Nesse contexto, o artigo 316 do Código de Processo Penal embasa a possibilidade de revogação da prisão.

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Conclusão da Estratégia de Relaxamento de Prisão:

Em última análise, a estratégia de relaxamento de prisão na advocacia criminal se revela não apenas como um procedimento legal, mas como uma ferramenta vital na defesa dos direitos individuais. A compreensão profunda dos mecanismos legais que envolvem a prisão, aliada à habilidade estratégica do advogado, é fundamental para garantir que a liberdade do cliente seja preservada de maneira justa e imparcial.

A audiência de custódia, principalmente no contexto de prisão em flagrante, destaca-se como um momento crucial para a avaliação imediata da legalidade da prisão. É durante essa audiência que o advogado tem a oportunidade de identificar possíveis ilegalidades, seja de ordem formal ou material, e de apresentar, oralmente, um pedido de relaxamento de prisão, ou a concessão da liberdade provisória.

É vital compreender que, mesmo diante de uma estratégia bem fundamentada, a decisão do juiz pode variar. A habilidade do advogado em adaptar sua estratégia às circunstâncias e explorar alternativas legais, como a impetração de um habeas corpus, demonstra não apenas competência técnica, mas também a resiliência necessária para enfrentar desafios jurídicos.

Além do pedido de relaxamento oral durante a audiência de custódia, a estratégia de liberdade do cliente pode envolver a apresentação de uma peça de liberdade ou a impetração de um habeas corpus, dependendo da complexidade do caso. A diversidade de abordagens destaca a importância da flexibilidade e da capacidade do advogado de adaptar suas táticas à dinâmica do processo.

Em suma, a estratégia de relaxamento de prisão é mais do que um simples recurso legal; é um compromisso contínuo com a defesa dos direitos individuais.

A compreensão profunda das nuances legais, aliada à capacidade de adaptação estratégica, confere ao advogado as ferramentas necessárias para enfrentar os desafios complexos da advocacia criminal e garantir a justiça para seus clientes. Em cada caso, a busca pela liberdade é mais do que uma estratégia; é a expressão máxima do compromisso com a justiça e a equidade no sistema jurídico.

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